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O amor não é um match: é um ensaio sobre responsabilidade

Amar é uma atitude ativa, uma forma de se relacionar com o mundo inteiro — e não apenas com uma pessoa. Quem ama, ama em todas as direções: ama o próximo, ama a si mesmo, ama a vida.

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abr 10, 2025
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Amar não é um sentimento. Não é impulso. Não é destino. É uma arte — e como toda arte, exige disciplina, prática e renúncia. Essa é a tese radical de Erich Fromm em A Arte de Amar — uma tese que soa anticlimática em tempos em que o amor é tratado como um acidente hormonal ou como uma performance de compatibilidade no feed. O amor, diz Fromm, não é algo que se cai dentro, como quem tropeça numa armadilha emocional. Amar é uma decisão ativa, uma construção subjetiva que se dá num mundo que, em quase todos os seus dispositivos, sabota essa possibilidade. Fromm escreve em 1956, mas poderia estar falando da estética relacional do Instagram, dos aplicativos de encontro ou da erotização do desapego nas redes sociais. O diagnóstico dele é clínico: as pessoas desejam ser amadas, mas poucas querem aprender a amar. Querem o objeto do amor, mas não a prática amorosa. Querem ser escolhidas, mas não se responsabilizar pelo vínculo. É fácil ver por que isso falha.

No coração da proposta de Fromm está uma inversão: o amor não é um sentimento espontâneo que leva à relação, mas uma capacidade que precisa ser desenvolvida antes mesmo que haja alguém para amar. Assim como ninguém toca piano por acaso ou aprende uma língua dormindo, também não se aprende a amar por osmose. É preciso dedicação, paciência, humildade. Mas vivemos numa cultura que não apenas recusa esse trabalho como o ridiculariza. Amar virou sinônimo de carência, de fraqueza, de falta de autonomia — como se depender emocionalmente de alguém fosse um erro moral. O sujeito contemporâneo está tão comprometido com sua própria autossuficiência imaginária que vê o amor como uma ameaça. Ele prefere consumir o outro a se relacionar com ele. O amor vira um produto, um serviço, uma experiência com nota de avaliação.

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