Torresmo

Torresmo

Share this post

Torresmo
Torresmo
O Fascínio pelo Extraordinário e a Desvalorização do Ordinário

O Fascínio pelo Extraordinário e a Desvalorização do Ordinário

Avatar de Torresmo
Torresmo
jul 02, 2025
∙ Pago

Share this post

Torresmo
Torresmo
O Fascínio pelo Extraordinário e a Desvalorização do Ordinário
Partilhar

A obsessão contemporânea pelo extraordinário é sintoma de uma sociedade moldada pela lógica do espetáculo. Desde a infância, constrói-se a ideia de que apenas feitos excepcionais conferem valor à existência. A publicidade, as redes sociais e a cultura de performance alimentam esse desejo pelo inédito, pelo brilhante, pelo “único”, deslocando a atenção para longe do que compõe a base concreta da experiência humana: a rotina, a repetição, o ordinário.

Essa tendência não é nova. Guy Debord, em A Sociedade do Espetáculo, já apontava como a vida moderna se organiza em torno da busca por imagens grandiosas que substituem a vivência imediata. O extraordinário se torna fetiche, e a experiência cotidiana passa a ser percebida como tediosa, incapaz de satisfazer a ânsia por novidade constante. Tal dinâmica converge com o que Byung-Chul Han descreve em A Sociedade do Cansaço, ao evidenciar como a pressão por diferenciação e desempenho gera exaustão coletiva e crescente incapacidade de habitar a simplicidade.

Ao mesmo tempo, a história da arte revela momentos em que o ordinário foi resgatado como radical. No século XIX, movimentos como o Realismo propuseram a representação da vida comum como tema digno de atenção estética, invertendo a tradição que reservava a arte às façanhas heroicas ou temas mitológicos. Já no século XX, artistas ligados à pop art e à arte conceitual exploraram objetos banais para questionar as hierarquias culturais entre o que merece ou não ser contemplado.

Continue a ler com uma experiência gratuita de 7 dias

Subscreva a Torresmo para continuar a ler este post e obtenha 7 dias de acesso gratuito ao arquivo completo de posts.

Já é um subscritor com subscrição paga? Entrar
© 2025 Fellipe Torres
Privacidade ∙ Termos ∙ Aviso de cobrança
Comece a escreverObtenha o App
Substack é o lar da grande cultura

Partilhar